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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Pecado delicado

Recuei do teu papo
E desenhei tuas linhas
Ou talvez tua silhueta
À luz do neon vermelho sangue
Vermelho desejo
Projetando tua carne no lençol
Desisti minhas palavras
E mastiguei o vício
Degustando o calor
O calor
O sabor
O querer
Entre toques ácidos
Teu corpo queima minha pele
Em voz nua e crua
Feito teus olhos e teu corpo
A vontade é de gritar
A vontade é de comer
Seus pensamentos feito chamariz
Eu pude lê-los
Com meus dedos
Marcando pernas e colos
Eu pude sugeri-los voraz
Em teus ouvidos pecaminosos
Eu pude suplicá-los
E ingerir o tornado
O teu pecado delicado
Como um estoque de adaga
Bebi do teu veneno posto em cálice
E revirei meus globos oculares
E o rouco tom de minha voz
Rasgou o véu do silêncio
Do terremoto em meus lábios
E não havia mais chão
E nem ao menos Deus
E nem o ar em meus pulmões
E nem a vida em meu corpo
Morto de prazer
Do mar morto ao meu redor
Te absorvi
E da música corporal, calei
Pra conversar dentro de ti
E desejar morrer outra vez

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