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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Poema seco

Eu moro onde não posso te ver
tu moras aonde não chego a teu lar
meu endereço é o movimento que voa longe
Minha cadeira tem som de cores
Meu som tem cores de lá
não vejo arvores caídas pelo ladrilho da rua
só tenho visões do que não vejo na tua
na tua mente nua
tenho tempos de relógios parados
no tempo em que vivo pelo avesso
e quando não vivo, vejo, sinto
a vibração que é teu pensar
não chego ao meu destino assustador
porque me assusto com o medo de não chegar
ao outro lado da rua dos tempos cinzas
onde vejo a rosa dos ventos
rosada de tanta cor dos tempos
parei por aqui
para contemplar os dias
as aves diurnas maléficas
colocando medo em ares brancos
que vejo passar.

domingo, 28 de agosto de 2011

Domingo vazio

Já começa vazio, ainda sem dormir, espera fazer algo depois de acordar, olha pela janela, a chuva cai. Dorme, acorda, olha pro computador, liga o computador, olha pela janela, a chuva cai. Conversas, ainda espera por algo, vai comer, volta pro quarto, olha pela janela, a chuva cai. Conversas, à essa altura a esperança já se foi, conforma-se em simplesmente fazer nada, sai, come, volta pro quarto, olha pela janela, a chuva cai. Agora, já sem esperança, o tédio pode pode possuir o dia, e assim faz. Procura-se de maneira inútil resolver o tédio, mas à essa altura, nem se importa mais, olha pela janela, a chuva cai. As converas já não aparecem, a mesma música de sempre, o mesmo domingo de sempre. O telefone toca, parece que ainda há esperança, corre pra atender, volta conformado com o tédio, de novo. As conversas já não existem mais, a mesma música de sempre, agora já deseja que o dia acabe, vai ver que tudo passa. Pensamentos surgem, nada a fazer, pensa-se, a mesma música de sempre, nada a fazer. Olha pela janela, a chuva cai...  

- Erick Lawrence

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Conversa com o redator

Quando eu fui procurar uma imagem para colocar na poesia "coração à venda" (próprio) vi uma poesia muito boa da grande Clarice Lispector. Eis a imagem:



  Eis a poesia:





Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque
que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração
que na realidade está um pouco usado, meio  calejado,
muito machucado e que teima em alimentar sonhos
e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia estava certo quando
escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu
espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural.
Um coração insensato
que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida
que vive procurando relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração
que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos
que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.

Um órgão abestado
indicado apenas para quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo,
defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração
tão inocente que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro
na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir.
Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer
e se recusa a envelhecer"

Rifa-se um coração,
ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos
que mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
 mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.

Um velho coração
que convence seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a
petulância de se aventurar como poeta

Coração à venda

Existe aqui um homem sem mais nada
Todo amor que tinha... se foi.
Seu coração está a venda
Afinal de contas, coisas usadas não prestam mais
Ele está pobre de alma
quando conseguir vendê-lo será um homem frio
Será um homem velho, mesmo jovem
Pois ninguém troca coração por coração,
e ninguém compra corações


Vida de poeta

Hoje tive uma experiencia pra lá de diferente no meu dia-a-dia corrido e computadorizado, cheguei cedo da escola e vi a frente da loja de mau pai sendo "capinada" por uma inchada, logo pensei que poderiam usar uma máquina de cortar grama, e fui sentar do outro lado da rua pra ficar olhando... Passado um tempo eu disse ao meu pai:
"Por R$ 10,00 eu termino de capinar"
Então lá fui eu "capinar". Foi meio estranho porque eu não sabia fazê-lo, mas no final depois do almoço eu terminei aquilo e ganhei um bonito calo na mão direita, além de ficar com lama nas pernas (eu estava de botas) e molhado de chuva. O dinheiro, ainda não ganhei...

domingo, 21 de agosto de 2011

Dica de filme


  
Título original: (American Beauty)

Lançamento: 1999 (EUA)

Direção: Sam Mendes

Atores: Kevin Spacey, Annette Bening, Thora Birch, Wes Bentley.

Duração: 121 min

Gênero: Comédia
Status: Arquivado 

Sinopse
Lester Burham (Kevin Spacey) não aguenta mais o emprego e se sente impotente perante sua vida. Casado com Carolyn (Annette Bening) e pai da "aborrecente" Jane (Tora Birch), o melhor momento de seu dia quando se masturba no chuveiro. Até que conhece Angela Hayes (Mena Suvari), amiga de Jane. Encantado com sua beleza e disposto a dar a volta por cima, Lester pede demissão e começa a reconstruir sua vida, com a ajuda de seu vizinho Ricky (Wes Bentley). 

Eu posso fazê-los voar

A minha porta é aberta
para a tua vibração
da minha janela vejo;
tua reação
ao meu pensar alto
que da janela salta
e vai em direção ao vento
como mentiras contadas
como folhas caíndo de árvores
como não sei o quê, vejo voar
Ah sim! São as palavras que vejo voar
como em um poema;
uma poesia...
Ah sim! São os pensamentos que vejo voar
como se contassem histórias
ou mesmo falassem sem parar
Ah sim! são olhos que vejo voar
em muitas cores
como se fossem iluminados pelo sol
Ah sim! eu posso fazê-los voar




quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Escreida


Encontro
Em mim
A negação
A saída.
É escrever
Me liberta
Sempre me
Libertou
Sempre me
Libertará
É escrever 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Incógnito que sou

Sou uma incógnita
não sei se sou “x” ou “y”
mas sei que decifrar-me não vai ser
 tão fácil como fizestes para decifrar outro.
sei que tens uma grande sabedoria
mas quanto a mim?
Não sabes muito
pois sou único.
posso ser teu
se acaso estás me buscando
decifra-me! Por favor!
Até eu, incógnito que sou
serei grato a ti
serei para sempre grato
serei teu para sempre
porque mesmo não me entendendo
reconheço que te amo e que me amas

Sentido


Por que posso olhar?
Sentir falta?
Não há doce no desejo do que não se pode ter
No desejo do impossível
No desejo e na vontade, de possuir e ter amor
É impossível pensar que a todo o momento
Você pensa no amor, você está cego, você não vê
E não consegue sentir
Amar é a mais pura doença de se contrair
A melhor e pior
A mais contagiante
A mais necessária
E ao mesmo instante
Sem pular um segundo
Parece-se desnecessária.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ela sorriu pra mim


Ela sorriu pra mim
mesmo numa foto
seu olhar...
ela sorriu pra mim
mesmo sem realmente me olhar
ela sorriu pra mim
ou será que eu
hipnotizado pelo seu olhar
fissurado por ela...
apaixonado?
Ela sorriu pra mim
mesmo não me vendo
mesmo não sabendo ao menos que eu a amo
ela sorriu pra mim


domingo, 14 de agosto de 2011

A carta de um alguém que ama


A todo o momento eu penso em você
a toda hora eu estou pensando em você
não esqueço aquele momento que tentei te falar.
desde então, só penso em você
estou aflito.
quero saber o que há de acontecer
quero sentir esse amor
ou acabar de vez com tudo
mas acabando de vez com tudo
prefiro sumir
pra não ter que te ver passar
e te amar por segundos
sem ser correspondido
ou sendo correspondido
por um olhar que não saberei o significado
e sofrer de amores
porque desde então, sofro de amores

Nunca pensei que seria assim comigo
mas é assim
não posso negar aquilo que sinto
pois não posso negar minha alma
é nela que esse amor habita
está encarnada lá dentro
não sei como começou
nem se vai acontecer
nem se vai durar
ou não durar
ou nem ao menos começar
tenho medo de que venha a desistir
tenho medo de que desistas de me amar
então sofro de amores por ti.
Sem saber se vai me amar.