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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Poema seco

Eu moro onde não posso te ver
tu moras aonde não chego a teu lar
meu endereço é o movimento que voa longe
Minha cadeira tem som de cores
Meu som tem cores de lá
não vejo arvores caídas pelo ladrilho da rua
só tenho visões do que não vejo na tua
na tua mente nua
tenho tempos de relógios parados
no tempo em que vivo pelo avesso
e quando não vivo, vejo, sinto
a vibração que é teu pensar
não chego ao meu destino assustador
porque me assusto com o medo de não chegar
ao outro lado da rua dos tempos cinzas
onde vejo a rosa dos ventos
rosada de tanta cor dos tempos
parei por aqui
para contemplar os dias
as aves diurnas maléficas
colocando medo em ares brancos
que vejo passar.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A dor de ter sem ter, a possibilidade inalcansada, é como olhar o que esta na frente e transpassar como uma espada que corta a carne mas não dilacera.
    Foi o que senti com este poema!Adorei!

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