E sucumbir ao plano medo contínuo
Despejando lamentos sobre o mundo
Já foram asas cortadas
Dias de olhos chuvosos
Desejos de pura carne
Haverei de suportar os tais
Operar meus sonhos
Cirurgicamente...
Achatar meus dias por debaixo da terra
E planejar o triunfo ralo
O triunfo mascarado
Almejar o tesouro perdido
Nunca encontrá-lo
Espalhar palavras vazias
E machucá-los
E despejar os inquilinos
Eu hei de derreter ao som dos carnavais e sóis
E percorrer a sarjeta
Até encontrar-me só
Irrequieto, de pés de compasso
E olhos mergulhados
De pelos eriçados
Buscando um sono de clave
Ou talvez um químico torpor
Para o adorno de lençóis
Me soldar a morte
E eu sonhar um sonho
De não haver despertar
-Flavio Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário